quarta-feira, 29 de julho de 2009

ITUPAVA SÓ PARA LOKOS


Sim,só para loucos pela natureza da nossa serra do mar, não para aqueles que só vão fazer baderna e depredações de todos os tipos do que resta de patrimônio histórico.Hoje todos querem achar um culpado pelo que ocorreu na Casa do Ipiranga e demais edificações desde a privatização da ferrovia,se refletirmos bem,o maior culpado é a falta de interesse em se preservar o que gerações passadas deixaram, dos governantes e boa parte dos brasileiros.Aquela história de que um país sem passado não tem futuro,até faz sentido.Agora pergunto,´´o quê faz uma pessoa levar tinta spray pra serra ?``. Na minha opinião, pura falta de mentalidade.

terça-feira, 28 de julho de 2009

O DIA EM QUE CATEI CAVACO NO MARUMBI



Esse fato em particular ocorreu na Ponta do Tigre no dia 28 de outubro de 2001,que por sinal foi espetacular,céu com poucas nuvens,perfeito!.Eu mais meu irmão



Josenildo começamos a caminhada para superar os 815 m de desnível até o topo
num ritmo puxado,pois fomos de bike até Eng. Lange onde as larguemos no meio do
mato, e caso
retornássemos tarde pegariamos a noite na BR 277 no percurso até Paranaguá.Fizemos uma parada no Vale das Lágrimas para comtemplarmos o panorama que se descortinou à nossa frente,nesse trecho o que realmente chama a atenção é a fenda entre o Abrolhos e a Torre dos Sinos,algo descomunal.Alcancemos o topo as 11:30 hs,recepcionados pelas belas visões da Serra do Mar.O
tempo na montanha como todos sabem é imprevisível,logo começou a fechar, dando aviso que já chegara a hora de descer.iniciamos o retorno ás 13:45hs,depois de um merecido descanço,Josenildo chegou á dormir lá no alto,com certeza não tem lugar melhor pra tirar o stress.Na metade da descida encontramos três montanhistas subindo um pouco pra cima da segunda corrente foi quando a trilha se estreitou e ao passar por eles pisei em falso numa raiz e rolei uns 2 metros barroca a baixo;o pessoal ficou paralisado,mas foi só um
sustosem maiores complicações,ainda bem!.As 5 hs estávamos nas prainhas,tendo pela frente 38 km pra percorrer.Chegamos em casa às 19:40 hs quebrados,confesso que fiquei uns 4 dias com as pernas
doídas,mas valeu a roubada. Há um ditado entre os montanhistas que diz ´´A dor é inevitável,o sofrimento é opcional``.









Fotos: (1) conjunto Marumbi visto de trás da sede do Parque, (2)Detalhe da Ponta do Tigre e (3) Abrolhos e sua imponência.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Histórico da Estação Marumbi







A estação de Marumbi, aberta com a linha em 1885, era inicialmente de madeira e provisória. Depois foi construída a estação que durou até os anos 1940, também de madeira. O local teria se chamado anteriormente Taquaral e em seguida Quilômetro 60. O prédio anterior ao atual era de madeira de imbuia,
próximo a pedreira explorada pela firma Moscalewski e fora inaugurado no ano de 1913, à direita da linha para quem ia para Paranaguá. A construção e locação do atual, de alvenaria, prendem-se a um episódio
curioso. Ponto de apoio para os escaladores da Serra do Mar, os chamados marumbinistas, ao saberem estes que pretendia o Cel. Durival de Britto levantar um novo edifício na mesma posição do anterior, dirigiram-lhe um requerimento em que solicitaram que fosse feita a construção aludida, em Marumbi, ao lado esquerdo de quem desce a linha, por ser fachada sul, afim de que a respectiva plataforma não ficasse
exposta às freqüentes chuvas e ventos e também para que se pudesse apreciar o panorama mais lindo desse trecho e o majestoso conjunto granítico de Marumbi, e que também fosse transferido o bar da estação de Eng. Lange para a de Marumbi, tendo-se em vista o maior número de excursionistas, e consequentemente, maior movimento, além de ser ali
o cruzamento dos trens M-1 e P-2 e o carro motriz, fato que se afigura de recíproca vantagem, tanto à ferrovia como aos passageiros. Finalmente, pediram-lhe que fosse agregada na construção um pequeno reservado com fogão e chuveiro, destinado unicamente para descanso, abrigo e mudança de roupa, para o número cada vez mais crescente de excursionistas, ficando a cargo destes o zelo, asseio e ordem dessa dependência, de vez que se comprometem também a não perturbar a tranqüilidade dessa estação. O Cel. Durival de Britto, administrador rigoroso e inflexível, não teve dúvidas e atendeu aos marumbinistas: a estação foi construída do lado esquerdo de quem desce a serra. No ano de 1935, Marumbi passou de parada a estação de terceira classe. Nos anos 40 foi construída a estação atual, de alvenaria, do outro lado da linha em relação à antiga - hoje está do lado esquerdo da linha, para quem desce a serra. As antigas casas de turma são hoje do pessoal do IAP. É onde ficam os responsáveis pelo cuidado do local, segurança, além de locais para guardar mochilas e barracas. É basicamente hoje a única parada do trem turístico na serra, usado para desembarcar e embarcar "mochileiros" que passeiam pela serra. Tanto a estação como as casas estão em razoável estado de conservação, apenas.





(Fontes: Ralph M. Giesbrecht, pesquisa local; J. C. Kuester, 2007; Daniel Trevisan; Nilson Rodrigues; Raul Carn
eiro Neto; Dirceu Cavalcanti; RVPSC: relatórios oficiais, 1920-1959)




Fotos : (1) A estação em 2005,(2) Ainda no lado esquerdo de quem sobe a serra em 1935 ,(3) Em 1953 (4) No ano de1885.


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domingo, 26 de julho de 2009

OLIMPO MORADA DOS DEUSES 07-06-2009

ESTAÇÃO, UM POUCO ABANDONADA POR SINAL

OLIMPO 1539 M/ AVISTADO DO GIGANTE


BROMÉLIA NA TRILHA DO ROCHEDINHO,REPAREM QUE TEM UM GRILO




SEGUE AQUI MEU RELATO SOBRE ESSE FIM DE SEMANA NA MONTANHA AZUL,ONDE CHEGUEI DEPOIS DE 1:40 HS,DE CAMINHADA DESDE PORTO DE CIMA.jÁ ERAM MAIS DE 7 HORAS DA NOITE QUANDO ALCANCEI O POSTO DO IAP NAS PRAINHAS,FUI INFORMADO QUE MAIS PRA FRENTE ESTAVAM INDO UM GRUPO QUE ACABARÁ DE PARTIR;APRESSEI OS PASSOS PRA SEGUIR JUNTO,POIS CAMINHAR NESSE TRECHO É MELHOR ESTAR ACOMPANHADO;MAS SÓ FUI ALCANÇÁ - LOS PRÓXIMOS DE ENG. LANGE.
JÁ NO MARUMBA HORA DE MONTAR ACAMPAMENTO E REPOR AS ENERGIAS,ESTAVA FRIO E A SERRA TOMADA DE CERRAÇÃO,ATÉ AI TUDO BEM,MAS NÃO ESPERAVA QUE ESFRIASSE TANTO DE MADRUGADA NO MÍNIMO 5 GRAUS,TIVE QUE VESTIR A PARKA E FICAR SÓ COM O ROSTO DE FORA DO SACO DE DORMIR.
08:00 HS DO DIA SEGUINTE FUI ATÉ O ROCHEDINHO ONDE VI O SOL RELUTANDO EM POR AS CARAS.SUBIR COM TEMPO ABERTO OU FECHADO PRA MIM É LEGAL POIS SÃO SITUAÇÕES DA PRÓPRIA NATUREZA; MAS ESPERAVA QUE NESSE DIA O TEMPO FIRMASSE.SEGUINDO PARA O OLIMPO PASSEI POR UM PESSOAL QUE PARTIRAM BEM ANTES .A VISIBILIDADE NA MONTANHA ERA POUCA DAVA PRA ENCHERGAR SOMENTE UNS 50 METROS A FRENTE.ALCANCEI O TOPO EM 2 HORAS ENVOLTO NAS NUVENS.30 MINUTOS DEPOIS CHEGARAM OS DEMAIS NA MAIORIA GAROTOS DE NO MÁXIMO 17 ANOS.LOGO DEPOIS CHEGARAM UM PESSOAL ,DIGAMOS METIDOS A CONTAR VANTAGENS, MAS QUE FORAM TIRANDO DA MOCHILA ; OLHEM SÓ ´´FOGUETES``,AONDE SERÁ QUE FICOU A CONSCIÊNCIA ECOLÓGICA DESSE PESSOAL?JÁ QUE O PARQUE MARUMBI É UMA UNIDADE DE CONCERVAÇÃO E MUITOS QUE LÁ VÃO, ESTÃO EM BUSCA DE TRANQUILIDADE E DE UM CONTATO MAIOR COM O MEIO AMBIENTE.NOTA ZERO PRA ESSES FAROFAS.COMO DISSE O RAFAEL,QUE CONHECI NA SUBIDA,´´MORREREMOS E NÃO VEREMOS TUDO``.
PROSSEGUI COM A CAMINHADA PELA TRILHA VERMELHA CHEGANDO NO CAMPING ÀS 15:00 HS,SEM PERDER TEMPO JÁ FUI DESARMANDO A BARRACA PRA CHEGAR CEDO EM MORRETES ,RESOLVI DESCER PELA TRILHA DA MAMONA, O PIOR FOI CAMINHAR COM A CARGUEIRA QUE PARECIA PESAR O DOBRO.ANTES DAS 18:30 HS ESTAVA NA RODOVIÁRIA E POR SORTE NÃO ESPEREI MUITO E LOGO ENCOSTOU O ÔNIBUS DE PARANAGUÁ.E FOI ISSO....,O PIOR DESSA CAMINHADA FORAM OS FOGUETES DOS CARAS,SÃO PESSOAS ASSIM QUE PROVOCAM INCÊNDIOS COMO OCORREU NO CARATUVA EM SETEMBRO DE 2007.

27 anos de serra do mar,paixão no primeiro olhar...


Meu primeiro contato com as montanhas da Serra do Mar foi no ano de 1982 quando minha família se mudou de Paranaguá para a estação de Eng. Lange em Morretes.
Nessa época eu estava com 5 anos.No início a vida era monótona, mas com o passar do tempo fomos se acostumando com aquela tranquilidade que as montanhas nos dava à cada amanhecer, nos finais de semana havia movimento dos excurcionistas que vinham pelo Itupava ou de trem rumo as Prainhas.Meu pai fazia todos os dias o caminho até o Marumbi onde trabalhava na ferrovia.Passei à fazer o mesmo trajeto em 1985 quando entrei na escola que funcionava no andar superior da estação.No ano seguinte se mudamos para o Marumba,onde o movimente era dobrado por ser o ponto de partida para as escaladas do conjunto.Minha época preferida era o verão por estar de férias e ter mais tempo de explorar as trilhas com os colegas e meu irmão,íamos pro Rochedinho, Cachoeira dos marumbinistas, Cemitério dos grampos e tantos outros locais mais leves já que com nossa idade não podíamos arriscar um pico maior,faziamos loucuras como se dependurar na pedra Lascada usando cordas de nylon que tiravamos do vagões e emendávamos um padaço no outro,subíamos a cabeceira da ponte do Rio Taquaral só com as mãos até sermos dedurados pela nossa vizinha a Dona Furtuosa,tivemos que aturar o sermão de nossa mãe.Nosso grande companheiro era o ´´FUMAÇA ``,nosso cão que sempre estava ao nosso lado até quando fomos fazer a trilha noroeste,infelizmente um farofeiro otário chegou lá em casa e se abrigou na área com sua corja à espera do trem nisso Fumaça veio como sempre deitar no cantinho dormir,quando esse indivíduo foi mexer com ele,por se tratar de um estranho ele avançou e rasgou a calça do cara que veio cobrando explicação pelo fato do cão estar solto, falando que tinhamos que dar um jeito na situação e tal pedindo carteira de vacinação sendo que nem foi mordido.Nisso chegou o passageiro onde embarcou dizendo que aquilo não ia ficar assim.Passou uma semana descemos para visitar a vovó em Alexandra em Paranaguá,na volta nos deparamos com o Fumaça agonizando,achamos que havia sido mordido por alguma cobra,meu pai deu leite tentou fazer com que melhorasse,anoiteceu fomos dormir, na manhã seguinte fomos para a escola,esperando que nosso maior companheiro de caminhada se recuperasse,mas os esforços foram em vão; não eram 11 horas quando vi pelo vitrô da escola meu pai levando-o para enterrar, desse dia em diante criei uma certa antipatia por esses seres que se acham amantes da natureza, mas se esquecem de respeitar o espaço alheio.Mas tarde ficamos sabendo através do falecido Seo Humberto de Eng. Lange que no dia em que não estavamos em casa,chegou dois caras de moto dizendo que iríam resolver um assunto pendente no Marumbi.Juntando tudo isso me levou à conclusão que foi o talzinho que teve o prazer de vir de Curitiba só pra dar fim no cachorro.Atualmente quando vou pro Marumba e Passo naquele primeiro lance rochoso da trilha vermelha não deixo de relembrar do dia em que o vellho Fumaça subiu com sua maestria de sempre.Descance em paz amigo; que conviveu pouco momentos conosco,mas que sempre será lembrado a cada conquista e a cada nascer do sol no alto de nossas serranias.
A primeira vez que fiz o Itupava até o Cadeado foi massa demais, pois a trilha na década de 1980 era pouco usada comparando com o movimento de hoje,havia trechos em que a vegetação cobria o caminho,e não havia essas facilidades de hoje.Em 1990 passei 2 dias na estação de Banhado na casa da Dona Romilda que era nossa vizinha no Marumbi ,Aproveitamos a oportunidade para conhecer a famosa Casa do Ipiranga na época cuidada por um colega do meu pai o Claudio,a casa ainda tinha móveis até uma cadeira de balanço que muitos diziam que balançava sozinha,havia a roda d`água e tudo mais.Na estação havia um posto da guarda florestal, assim como no Marumbi.Diferente de hoje,um total descaso com o patrimônio histórico que ainda resta.Meu falecido vô (Domingos Constantino)foi o primeiro ferroviário da família,meu pai e meus tios seguiram a tradição e gosto pelos trens.Na década de 1960 meu vô morava em Banhado em uma daquelas casas próximas da Casa do Ipiranga no lado esquerdo de quem desce a serra,nessa época meu pai era piazote.Pena que dessa passagem pelo local a família não tenha fotos,mas ficam as velhas lembranças.
Nem tudo foi maravilhoso na serra quando lá moramos,teve a morte daquele japonês no Esfinge no final dos anos 80,que mobilizou o corpo de bombeiros na retirada do corpo, que desceram num saco preto,teve aquele jovem que sofreu um queda na Crista do Gigante e só foi encontrado quase uma semana depois, inclusive com a ajuda dos montanhistas que melhor conhecian o local.Deixando esses assuntos morbídos de lado,em 1989 no verão quase todo o pessoal do marumbi fizeram o percurso Marumbi - Morretes à pé,pelas Prainhas e Reta do Porto,retornamos com o passageiro no final da tarde.Em 1991 e 1992 morei com minha avó para estudar já que o ensino no marumba ia até a 4 série.nos feriados e férias retornava matar saudades e rever essa grande paixão que dura até hoje 27 anos depois.Nossa passagem pelo berço do montanhismo brasileiro terminou em março de 1993,quando eu e meu irmão Josenildo Constantino subimos o ABROLHOS em comemoração desses 11 anos que vivemos e convivemos na nossa Serra do Mar.